7 dicas para repensar o 13 de maio em sala de aula

Data vem sendo discutida a partir da perspectiva negra brasileira

Você conhece o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo? E o dia da “abolição” da escravidão no Brasil? A data da abolição, 13 de maio, é, em geral, mais visibilizada. O dia marca a oficialização da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel. Mas esse marco histórico vem sendo repensado quando olhamos como se deu o fim da escravização dos negros. O protagonismo de pessoas negras, com papel relevante nessa conquista, por vezes é relegado, a exemplo de nomes como o advogado Luiz Gama, o engenheiro André Rebouças, o deputado José do Patrocínio e outros que trabalharam anteriormente à promulgação da lei. 

Assim, o 13 de maio vem sendo discutido ao longo de décadas pelo Movimento Negro, que trata a data como o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, um símbolo de reflexão sobre uma liberdade sem garantia à dignidade e a direitos; e também de ação, para enfrentarmos os problemas ocasionados pela discriminação racial. As escolas são espaços de resgate da história ocultada, dos líderes abolicionistas e das articulações em diferentes segmentos para que a abolição se desse e, após sua oficialização, para que os direitos da população negra fossem conquistados e garantidos pelo Estado e por toda a sociedade. 

Para contribuir sobre o tema e trazer outras perspectivas para trabalhar em  sala de aula, temos indicações de filmes, vídeos, podcasts e livros. Vem ver:

Livro – “Solitária”, Eliane Alves Cruz, editora Companhia das Letras: A indicação é da Cléa Maria Ferreira, especialista em Educação para as Relações Étinico-Raciais (ERER) que integra a equipe do iungo. O romance de 2022 conta a história de mãe e filha, duas mulheres negras que moram no trabalho, em um condomínio de luxo. A mãe, Eunice, testemunha um crime na casa dos patrões, a partir do qual se desenrola a história. Por meio de um enredo envolvente, o leitores são levados a refletir sobre o trabalho doméstico no Brasil e o quanto ele traz da escravidão colonial.

Música “14 de maio” – Lazzo Matumbi: O baiano Lázaro Jerônimo Ferreira, que se apresenta como Lazzo, é cantor, compositor e arranjador musical. O samba-reggae é um ritmo de destaque na sua carreira, com letras sobre as experiências da negritude no Brasil. A canção “14 de maio” reflete sobre a situação da população negra após a abolição. 

Artigo – “Como você se sente frente ao racismo?”: Produzido por Alcielle dos Santos, diretora de Educação do iungo, para o portal da rádio Itatiaia, o artigo aborda essa urgência em se trabalhar, na escola, o antirracismo de forma transversal e parte do conceito de educação integral.

Podcast História Preta – Episódio O Plano/13 de maio: O podcast História Preta é um produto narrativo sobre as histórias da população negra no Brasil e no Mundo. No episódio #Oplano, o historiador, criador e roteirista do podcast, Thiago André, mostra personagens do movimento abolicionista e as articulações realizadas para o fim da escravidão no Brasil.

Década Internacional dos Afrodescendentes – ONU: A Década Internacional de Afrodescendentes é observada de 2015 a 2024, com o intuito de instituir medidas eficazes para a implementação do programa de atividades nos eixos de reconhecimento, justiça e desenvolvimento. Também é uma oportunidade de dar visibilidade a importante contribuição dada pelas e pelos afrodescendentes para nossas sociedades e propor ações para a plena inclusão, o combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e à intolerância.

Podcast Angu de Grilo – Episódio 38/AdiaENEM e 13 de maio: O Angu de Grilo é produzido e apresentado pelas jornalistas Flávia Oliveira e Isabela Reis, com discussões sobre temas de destaque na mídia e na sociedade. No episódio #38, Flávia e Isabela comentam sobre as críticas do Movimento Negro quanto ao 13 de maio.

Vídeo – “14 de maio: o dia que ainda não acabou!” – Canal Preto: Historiadores e ativistas abordam sobre o período em que emerge a oficialização do 13 de maio e a importância de contar as histórias da população negra. 

O Instituto iungo publica, todos os meses, conteúdos relacionados à educação para as relações étnico-raciais. Acesse o Instagram e busque pela hashtag #ConscienteOAnoInteiro!