Conheça 5 mulheres transformadoras da educação brasileira

Elas são reconhecidas pela luta por uma educação de qualidade

A história educacional no Brasil é repleta de mulheres que se destacam pelo propósito de uma educação de qualidade para todas as crianças, adolescentes e jovens.

Conhecer essas educadoras e suas contribuições nos ajuda a entender as transformações da educação brasileira. E também nos inspira, com a vanguarda que elas representaram e representam.

Neste Dia Internacional das Mulheres, convidamos você a conhecer 5 mulheres transformadoras, que contribuíram significativamente para a educação brasileira.

Rosa Margarida de Carvalho Rocha

Nascida em Belo Horizonte, em 1953, Rosa é professora, especialista em Estudos Africanos e Afro-brasileiros e mestre em Educação. Ela trabalhou com crianças e adolescentes na rede pública de educação e hoje atua na formação de professores, nas áreas de educação, currículo e práticas pedagógicas emancipatórias e antirracistas no cotidiano escolar.

O foco da sua atuação é a implementação da Lei Federal 10.639/03, que versa sobre o estudo da história e cultura africanas nas escolas brasileiras.

Autora de sete publicações sobre educação antirracista, seu trabalho auxilia professores na Educação para as Relações Étnico-raciais e História e Culturas Africanas e Afro-brasileiras. Um exemplo é o “Almanaque Pedagógico Afro-brasileiro”, lançado pela Editora Mazza para educadores do Ensino Fundamental e Médio.

Fayga Ostrower

Nascida na cidade de Lodz, na Polônia, Fayga mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ), em 1934, quando era adolescente. Aqui no Brasil, ela cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas e recebeu uma bolsa da Fundação Fullbright para estudar por um ano em Nova Iorque. Com exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, recebeu diversos prêmios.

Entre 1954 e 1970, Fayga foi professora de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ela também deu aula em Atlanta e em Londres e, posteriormente, foi professora de pós-graduação em várias universidades brasileiras. Paralelamente ofereceu cursos de artes para operários e centros comunitários.

No ano seguinte ao seu falecimento, em 2002, foi fundado o Instituto Fayga Ostrower, que mantém um museu com exposição permanente, realiza projetos, seminários e exposições de sua obra como artista e como educadora.

Cecília Meireles

Nascida em 7 de novembro de 1901, Cecília Meirelles, tornou-se famosa pelas poesias, ensaios e crônicas publicadas, desde os seus 18 anos. A carioca, porém, também foi professora, desde os seus 16 anos, e buscou transformar a educação tradicional em uma educação integral.

Defendia uma pedagogia que tivesse como foco a autonomia do estudante e a igualdade no direito à educação. Em 1932, assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, marco inaugural da renovação educacional no Brasil, que visava uma escola pública, gratuita, laica e obrigatória.

Além de professora da educação básica, foi docente universitária e deu aulas no Brasil e nos Estados Unidos. Escritora, educadora, pintora e jornalista, Cecília também comandou a cobertura de educação do Diário de Notícias do Rio de Janeiro, de 1930 a 1933.

Em 1934, ela organizou a primeira biblioteca dedicada às crianças de sua cidade natal: o Centro Infantil, em Botafogo.

Alaíde Lisboa

Nascida em Lambari (MG), Alaíde viveu a maior parte de seus mais de cem anos em Belo Horizonte. Na capital, exerceu carreira política, acadêmica e artística.

Foi a primeira vereadora da cidade (1949 a 1952) e atuou na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais como professora, diretora e coordenadora de pós-graduação, além de dar aulas também na Faculdade de Medicina. Mais tarde, tornou-se professora emérita da universidade.

Na academia ela também se destacou como pesquisadora de metodologias de ensino. Ao longo de mais de um século de vida, publicou cerca de 30 livros, entre ensaios da área de Educação, didáticos e literários, além de clássicos da literatura infantil, como “A Bonequinha Preta” e “Bonequinho Doce”.

Lúcia Casasanta

A educadora Lúcia Casasanta nasceu em Carrancas (MG), em 1908. Ela cursou a Escola Normal e tornou-se professora. Com apenas 19 anos, integrou um grupo de educadoras que foi aos Estados Unidos para aperfeiçoamento curricular.

Lúcia se especializou em Metodologia da Linguagem e foi defensora do Método Global para aprendizagem da leitura, segundo o qual a criança deveria aprender a ler e a escrever a partir de pequenas histórias com sentido completo, e não letra por letra.

Além de professora, Lúcia escreveu a série As Mais Belas Histórias, lida por várias gerações de crianças.

Ela também foi diretora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais, membro do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Estadual de Cultura, e responsável pelo quadro “Educação” no Programa Universidade do Ar, exibido pela TV Itacolomi, que foi afiliada da TV Tupi em Belo Horizonte até os anos 80.