O tema da educação antirracista tem o potencial de impulsionar reflexões e ações de igualdade e equidade, por isso é importante que ele faça parte do seu planejamento durante todo o ano. Nas redes sociais do iungo, estamos desenvolvendo a campanha #ConscienteOAnoInteiro, com pelo menos uma publicação por mês sobre o tema.
Em fevereiro, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11/02), convidamos professoras e professores a indicarem mulheres pretas de destaque e que podem inspirar mais meninas pretas brasileiras nesse caminho da ciência. Os educadores participantes desenvolveram projetos relacionados à educação antirracista e à presença das mulheres na ciência na conclusão dos cursos do programa Repensando o Currículo, formação gratuita oferecida pela Faculdade de Educação e o Núcleo de Pesquisas em Novas Arquiteturas Pedagógicas da Universidade de São Paulo (NAP-USP), em parceria o Instituto iungo. Confira a seguir!
Maria Odília Teixeira foi indicada pelo professor Marcelo Ribeiro Marcondes Fonseca, que leciona no Ensino Médio em São Paulo.
“Quero destacar Maria Odília Teixeira, que foi a primeira mulher preta médica do Brasil. Baiana, ela se formou em 1909. Tornou-se professora da Faculdade de Medicina da Bahia (hoje integrada à UFBA) logo após a sua conclusão de curso. Foi uma pioneira na medicina da época, ao investigar como a cirrose atuava no corpo humano, algo que não era muito estudado por médicas mulheres brasileiras.”
O professor lembra que “as leis 9394/96; 10639/06 e 11645/08 destacam a necessidade da inclusão de narrativas (sejam históricas ou do presente) que representem não somente o homem branco, ocidental, europeu, mas a multitude de culturas mundiais, nomeadamente aquelas que representem fielmente a realidade do povo brasileiro; os povos originários indígenas e as matrizes africanas de nossa população e da cultura brasileira”.
Nilma Lino Gomes foi indicada pela coordenadora pedagógica Natacha Gvozden Campos da Silva, que atua no Ensino Fundamental II em São Sebastião-SP.
Nilma foi professora titular e emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ex-ministra da Mulher, da Igualdade Racial e Direitos Humanos (2015–2016), primeira mulher negra a assumir o cargo de reitora em uma universidade federal no Brasil (Unilab-2013).
“Nilma Lino Gomes, apesar de ser conhecida no meio acadêmico, ainda é uma figura anônima para grande parte da sociedade, inclusive na área de educação. Se hoje temos no país políticas de ação afirmativa reconhecidas internacionalmente, que têm sido primordiais para a promoção da justiça racial e democratização do ensino superior, muito se deve ao trabalho empreendido pela professora.”
Chimamanda Ngozi Adichie foi indicada pelo professor Paulo Alexandre de Mello, que leciona no Fundamental II em Jundiaí-SP.
Mestre em Escrita Criativa e História Africana, Chimamanda é uma ensaísta nigeriana que lidera movimentos sociais e pesquisas históricas e vem atraindo o interesse de uma nova geração para expressões literárias do continente africano.
Em suas aulas de História, o professor Paulo tem o hábito de apresentar biografias de mulheres negras. “Destaco a escritora nigeriana Chimamanda Adichie como uma intelectual fundamental nas minhas aulas. Seu livro (resultado de uma palestra) ‘O perigo de uma história única’ se faz necessário em todo começo de ano, independente da série, uma vez que apresento para a classe a importância de se estudar e de se pesquisar as várias versões da história”.
Enedina Alves Marques foi indicada pela professora Natália Reis Vieira Bernardes, que leciona no Fundamental II e Ensino Médio em Taboão da Serra- SP.
Filha de um lavrador e uma empregada doméstica, Enedina Alves Marques foi a primeira engenheira negra do Brasil. Ela se formou em engenharia civil em 1945, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. Mesmo diante de diversos percalços no caminho, a paranaense não desistiu da educação. Aos 32 anos, se graduou. Seu 110º aniversário foi lembrado pelo Google no dia 13 de janeiro de 2023.
“Dizer que não somos racistas não é o suficiente para de fato ‘libertar’ o Brasil do racismo estabelecido aqui desde a colonização. Precisamos ser antirracistas e lutarmos dentro do campo social que atuamos, sobretudo na escola, mostrando a importância do auto reconhecimento como pessoa negra, integrante da sociedade, participante dela, incluído literalmente no mundo que brancos ocupam e são vistos”, aponta a professora.
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