iungo e redes de ensino debatem projetos de vida como propósito da educação e articulador de currículos

Encontro Conectando Territórios reuniu representantes das redes parceiras dos programas Itinerários Amazônicos e Nosso Ensino Médio

Na última sexta-feira (05), articuladoras, formadoras e gestores do Instituto iungo estiveram reunidos on-line para mais uma edição do ‘Conectando Territórios’, com tema ‘Projetos de Vida como integração curricular’. O evento teve entre os objetivos fomentar o conhecimento, a troca entre os educadores e o fortalecimento da comunidade de aprendizagens que se forma com as redes parceiras do iungo nos programas Nosso Ensino Médio (NEM) e Itinerários Amazônicos (IAM). As reflexões sobre projetos de vida como articulador dos currículos, em diálogo com a política de Educação Integral, proposta pelo Ministério da Educação (MEC) envolveu mais de trinta representantes das secretarias de Estado de Educação – Diretorias de Ensino Médio, Currículo e Formação, das dez redes que dialogam com o Instituto nos programas Itinerários Amazônicos e Programa Nosso Ensino Médio no encontro.

Conectando Territórios
Conectando Territórios foi realizado on-line

Segundo Paulo Emílio Andrade, presidente do iungo, eventos como esse proporcionam o aprendizado entre os pares e aprimoram o olhar sobre a educação. O Instituto preza pelas formações de excelência, de maneira colaborativa, para uma educação pública de qualidade para todos. Um dos caminhos para essa conquista, na visão de Paulo Emílio,  está relacionado aos projetos de vida. “Trabalho há décadas com projetos de vida, apoiando redes de ensino, na construção de um projeto de vida relevante. Mais do que um componente curricular, os projetos de vida, na minha compreensão, são um grande propósito da educação. Um adolescente, um jovem, vão todos os dias pra escola construir seus projetos de vida e também os educadores. Isso ajuda a entender a importância do tema para nós”, explica. O presidente do iungo ressalta que, para um futuro possível, concreto para as juventudes, é necessário uma educação capaz de atender a todos em igualdade. “Precisamos cuidar muito da dimensão da equidade para que nossos jovens possam sonhar e construir seus projetos de vida”, diz.

A formadora de professores para Projetos de Vida do iungo, Shana Sitta, afirma que trabalhar este tema como um elemento integrador curricular é pensar no desenvolvimento integral dos estudantes. “Trabalhar com projetos de vida é pensar no futuro, mas com o pé no presente. Precisamos pensar em projetos éticos, com valores, que visam também o social, o protagonismo dos estudantes, a educação com equidade, o antirracismo. Sabemos das dificuldades que as juventudes enfrentam, da ideia de meritocracia associada ao mundo profissional e como isso impacta na trajetória dos alunos. Portanto, é relevante olhar para o contexto. O projeto de vida dentro do universo curricular tem o papel de ver como o estudante está se desenvolvendo e estimular uma visão ampliada, com autoavaliação”, comenta.

Para além de um componente curricular

Os projetos de vida devem ser entendidos como um propósito da educação. O tema abrange os aspectos: social – interfere na vida do coletivo; pessoal – que diz respeito a nossa identidade; e objetivos profissionais – pensando no futuro. Sem esquecer do presente, pois as ações do agora irão refletir nos passos seguintes. No entanto, dados reunidos no livro “Projetos de vida: fundamentos psicológicos, éticos e práticas educacionais”, de Ulisses Araújo, Valéria Arantes e Viviane Pinheiro (2020, editora Summus), mostram que as juventudes estão com projetos frágeis, sem uma conexão real com as respectivas vivências. Nesse sentido, os projetos de vida precisam contribuir para uma projeção comprometida e verdadeira para adolescentes e jovens.

O encontro ‘Conectando Territórios’ foi uma oportunidade de diálogo sobre esses aspectos, com educadores que atuam com projetos de vida nas salas de aula. Para Larissa Silva Abreu, técnica da supervisão de currículo escolar do Maranhão, “Projetos de vida potencializam o reconhecimento do sujeito na escola. Trazem a perspectiva para estudantes que estão desacreditados. Dá sentido à educação básica. Precisamos fortalecer os estudantes como seres que sentem e não apenas reproduzem conhecimento. Válido também para o professor se atualizar enquanto pessoa, sujeito desejante, ter o seu projeto de vida e usá-lo na vida profissional”, destaca a participante.

A técnica de Ensino Médio do Tocantins, Jacqueline Alves da Silva, mencionou a importância do professor engajado quanto aos projetos de vida, dentro e fora da escola. “Projetos de vida não devem ser vistos apenas como um componente do currículo a ser executado pelo professor. É um trabalho dentro e fora da escola. E quando o professor tem o perfil para trabalhar o tema, há um sucesso na condução dessas construções com os alunos.”

No site do iungo, temos conteúdo gratuito para quem deseja se aprofundar mais sobre o assunto.

O programa Itinerários Amazônicos é uma realização conjunta do Instituto iungo, do Instituto Reúna e da rede Uma Concertação pela Amazônia. Tem como parceiros o BNDES, Fundo de Sustentabilidade Hydro, Instituto Arapyaú, Movimento Bem Maior e o patrocínio da Vale.

O Nosso Ensino Médio é uma iniciativa do Instituto iungo, do Instituto Reúna e do Itaú Educação e Trabalho, criada para contribuir para o desenvolvimento profissional dos educadores e apoiar a implementação dos novos currículos de Ensino Médio.

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