O que é Educação para as relações étnico-raciais?

Novo curso gratuito e on-line apresenta possibilidades de articulação dos projetos de vida pela perspectiva étnico-racial na formação dos estudantes. Conheça referências na área

A Educação para as relações étnico-raciais surge enquanto política pública graças aos esforços e às demandas historicamente levantadas por grupos negros e indígenas, devido à forma como esses grupos eram representados na sociedade brasileira. Apresentamos hoje, no blog do iungo, algumas referências dessa perspectiva educacional e convidamos você a conhecer uma nova formação para professores da educação básica. Continue lendo!

Educação, cidadania e igualdade

Foto: UFSCar/Irene Santos

De acordo com a professora gaúcha Petronilha Gonçalves Silva, a Educação para as relações étnico-raciais “tem por alvo a formação de cidadãos, mulheres e homens empenhados em promover condições de igualdade no exercício de direitos sociais, políticos, econômicos, dos direitos de ser, viver, pensar, próprios aos diferentes pertencimentos étnico-raciais e sociais”. Petronilha é educadora, pesquisadora e ativista. Obteve seu mestrado e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e teve um papel crucial na implementação da Lei 10.639/03, que altera a Lei de Diretrizes e Bases e estabelece a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas.

A pesquisadora e professora Nilma Lino Gomes destaca que as escolas trilham um caminho para uma educação antirracista a partir da sanção da Lei 10.639/03. Graduada em Pedagogia e mestra em Educação pela UFMG, além de doutora em Antropologia Social pela USP, Nilma explicita em suas obras que a Educação Integral e a Educação para as relações étnico-raciais são indissociáveis, uma vez que ambas visam uma Educação emancipatória. “Uma Educação antirracista só pode se realizar em um terreno democrático, ético e emancipatório”, afirma.

                                                                                                                                                                                                       Projetos de vida e Educação para as relações étnico-raciais

Nesse processo, é fundamental a produção de conhecimentos que tenham como base representações positivas dos afro-brasileiros e o respeito à diversidade como parte essencial da formação cidadã. Geisieli Oliveira, especialista em Educação para as relações étnico-raciais no Instituto iungo, destaca que a perspectiva “não se limita a um conjunto de conteúdos a serem transmitidos, mas se configura como um princípio orientador da prática pedagógica, atravessando currículos, metodologias e interações. A Educação para as relações étnico-raciais ilumina as sombras do não-dito, do não-reconhecido”. Ela lembra ainda que “não há neutralidade na construção do futuro quando corpos e histórias foram apagados. Que todo projeto de vida é também um projeto de pertencimento: quem somos, de onde viemos, com quem caminhamos”.

Diante de uma perspectiva de educação integral, uma das estratégias para abordar questões étnico-raciais no ambiente escolar são as aulas de Projetos de Vida. Seja como componente curricular ou como itinerário formativo, trabalhar os projetos de vida dos estudantes tem forte potencial ao viabilizar reflexões sobre os modos de existir na coletividade, a construção das identidades plurais e projeções individuais e coletivas de futuro. O autoconhecimento, a consciência dos próprios interesses, de suas realidades, seus valores e seus sentimentos são processos fundamentais nesse percurso.

Nova formação gratuita

Se você é professor(a) da Educação Básica de qualquer área do conhecimento e busca articular perspectivas da Educação para as relações étnico-raciais e o trabalho com projetos de vida na escola, temos uma novidade: o curso gratuito do iungo, Cartografias: projetos de vida e Educação para as relações étnico-raciais, desenvolvido com correalização da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul, está com inscrições abertas!

O curso tem carga horária de 16h, é on-line e autoformativo. Apresenta reflexões e atividades mão na massa para te ajudar a planejar aulas engajadoras com foco na valorização da diversidade e da justiça social.

Cartografias: projetos de vida e Educação para as relações étnico-raciais: nova formação gratuita

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Referências Bibliográficas

GOMES, Nilma Lino. Diversidade étnico-racial: por um projeto educativo emancipatório. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 2, n. 2-3, p. 95-108, jan./dez. 2008. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/127 

SILVA, Petronilha Gonçalves. Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. Educação, [s. l.], v. 30, n. 3, 2008. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/2745

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