No dia 5 de agosto, foi lançado o documento “Propostas para as Amazônias: Uma Abordagem Integradora” durante os Diálogos Amazônicos, evento que compõe a cúpula da Amazônia, em Belém (PA).
A publicação reforça a importância de uma abordagem integradora e multidisciplinar para o desenvolvimento sustentável da região e revela como educação, saúde, segurança, bioeconomia, ciência e tecnologia, povos indígenas e comunidades tradicionais estão conectados entre si. O documento coloca a qualidade de vida da população local no centro das propostas.
“Identificar a conexão entre esses temas é um passo fundamental para desatar nós críticos da complexa trama de fatores humanos, políticos, econômicos e ambientais que impedem o avanço do desenvolvimento da Amazônia”, afirma Lívia Pagotto, co-secretária-executiva da rede Uma Concertação pela Amazônia. “A interconexão entre os temas permite perceber
padrões, relacionamentos, agentes sociais e influências que moldam nossa compreensão. Por exemplo, estudar interações entre o combate ao desmatamento (dimensão ambiental), o extrativismo (dimensão econômica) e a educação (dimensão social) ajuda a entender os desafios impostos pela emergência climática nas Amazônias. E, assim, propor soluções mais adequadas aos contextos locais”, explica Lívia.
No documento, o capítulo sobre educação foi elaborado pelo iungo, que facilita o grupo de trabalho sobre o tema na Concertação. O documento explicita como direito a uma educação de qualidade e contextualizada para a Amazônia é essencial para o desenvolvimento da região. Ele tambémO documento mostra que há muito a ser feito pela educação amazônica e propõe novas possibilidades para o currículo das escolas, como a inclusão da bioeconomia e os saberes tradicionais como assuntos essenciais.
Nesse sentido, um exemplo em destaque no relatório como iniciativa no campo da educação são os Itinerários Amazônicos. O programa, co-realizado pela Concertação, o iungo e o Instituto Reúna, traz unidades curriculares centradas em temas amazônicos, em diálogo com os currículos de Ensino Médio. Além do material pedagógico, que já está disponível gratuitamente online, já está em implementação em oito dos nove estados da Amazônia Legal, com formação de professores.
“Os Itinerários Amazônicos estão compondo as propostas curriculares de cada estado parceiro, ajudando a trazer para as escolas reflexões importantes sobre os desafios e potencialidades da região. É necessário que os jovens amazônicos possam aprender e produzir conhecimento sobre sua própria realidade, de forma a agir pelo desenvolvimento sustentável da região.”, explica Paulo Emílio de Castro Andrade, presidente do iungo. “Entendemos esta iniciativa como um dos esforços combinados para valorizar e proteger a Amazônia e, principalmente, as pessoas que a chamam de casa”, completa.
