Aquela escola na Amazônia

Uma experiência de aprendizado coletivo com professores e estudantes

Recentemente, visitei uma escola na Amazônia. Saímos do Porto da Ceasa, em Manaus, com destino à escola, às 8h30. Na lancha rápida, estavam representantes da Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas e do Instituto iungo, além de parceiros na implementação de programas de formação de professores do Ensino Médio. Nosso destino era o município de Careiro da Várzea. Chegamos no pequeno porto da cidade e em poucos minutos de caminhada estávamos naquela escola estadual. Fomos recebidos pela diretora, coordenadoras, professoras e um grupo de cerca de 10 alunos do Ensino Médio.

Se eu mostrasse a você, leitor(a), fotografias da escola, provavelmente não lhe causaria qualquer surpresa. Era uma escola como as que temos em vários cantos do país. Salas de aula, com seus professores e alunos. Quadra de esportes, com crianças jogando futebol. Refeitório com cheiro de comida boa!

Acervo pessoal: Paulo Andrade

Ficamos 2 horas na escola e, nesse tempo, conversamos bastante. Foi possível perceber o quanto estar na escola é uma prioridade para aqueles alunos. Muitos deles levam algumas horas no deslocamento, feito por lancha, caminhada e ônibus. Eles sabem o valor da escola na construção e concretização de seus sonhos e projetos de vida. Ficou evidente, também, a capacidade de análise crítica daqueles jovens alunos, com seus 14 ou 15 anos de idade. Nos contaram sobre as aulas da escola e sobre o que mais gostam de aprender. Também, foram capazes de indicar problemas que enfrentam em sua escolarização. Uma aluna não perdeu a oportunidade de se posicionar, trazendo sugestões de melhoria. Fiquei muito feliz por ver jovens engajados com a própria formação, participativos na escola e comprometidos com o bem comum. Chamou atenção, também, o tamanho do desejo, do compromisso, da dedicação que estudantes, professores, diretora e toda a equipe de funcionários têm para construir, a cada dia, uma escola que promova o desenvolvimento integral dos seus estudantes.

Aquela escola na Amazônia tem professores e uma equipe gestora fortemente dedicados em fortalecer continuamente a qualidade da educação que oferece às novas gerações. Participam de cursos de formação profissional, dentre eles os oferecidos conjuntamente pelo Instituto iungo e a SEDUC-AM. A escola é como uma comunidade que aprende junto, percebem a força do coletivo. Querem mais e mais. Conheci a professora de Projetos de Vida, que contou o quanto se sentiu desafiada ao assumir essa disciplina que trazia tantas novidades para ela. Mostrou que inovação se constrói com muito estudo, colaboração com colegas e alunos e abertura a experimentar o novo. Foi elogiada pelos estudantes. Ficamos todos emocionados!

Naquela escola, e em tantas outras dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins, os jovens do Ensino Médio vão poder aprender sobre a Amazônia, não apenas na sua dimensão ambiental, mas também no que se refere aos aspectos históricos, sociais, culturais e econômicos.

Aquela escola me ensinou muita coisa. Que escola é construção diária. É superação de desafios. É empenho. É compromisso, responsabilidade, desejo de transformar. É relação humana. É aprender uns com os outros. É vida!

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