O papel da escola no combate ao racismo é tema do quinto episódio do podcast ‘Vamos falar de escola?’

Podcast está disponível nas principais plataformas de áudio

Em um país com mais da metade da população negra, como a escola pode trabalhar para oferecer uma educação com equidade racial? Mais ainda: como a escola pode ser parte da solução frente ao racismo e às inúmeras formas de violência que ele produz na sociedade? Embora sejam questionamentos complexos, necessitam de uma reflexão e ações comprometidas com uma real mudança. De acordo com o Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade:

 

  • 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalente a 45,3% da população do país
  • Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%)
  • 1,7 milhões se declararam indígenas (0,8%)
  • 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%)

 

Ainda que a população negra brasileira seja mais de 50%, a desigualdade social, a baixa representatividade nos espaços de poder permanecem na vida dessa parcela de cidadãos, inclusive entre os povos indígenas. Um dos caminhos para a emancipação e equidade de pessoas racializadas exige uma modificação da sociedade. Mudanças na política institucional, na distribuição de renda, no acesso a direitos básicos e na educação de qualidade tendo, como um dos princípios, a educação antirracista. O antirracismo na sala de aula e o envolvimento da comunidade escolar podem promover essas modificações para as gerações futuras. Podendo colaborar na redução da exclusão escolar e trabalho infantil, por exemplo. Além disso, é uma obrigação legal desde 2003, com a aprovação e implementação da Lei 10.639/03, que institui ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas.

Essas e outras questões estiveram presentes no quinto episódio do podcast ‘Vamos falar de escola?’. A conversa teve Conceição Aparecida Pinheiro Cardoso, vice-diretora da Escola Municipal Anne Frank e de Alcielle dos Santos, diretora de educação do Instituto iungo. A produção é uma parceria do iungo com a rádio Itatiaia, apresentado pelo jornalista João Felipe Lolli.

Educação antirracista
Conceição Pinheiro, mulher negra, de blusa estampada de manga, cabelos curtos e sorrindo.
Conceição Pinheiro

A Escola Municipal Anne Frank, no bairro do Confisco, região da Pampulha, em Belo Horizonte tem o projeto ‘Promoção da equidade racial’. Toda a escola é envolvida, da educação infantil ao EJA e são propostas estratégias permanentes para contribuir na construção da identidade e pertencimento de alunos e professores. Aliado a isso, são pensadas mudanças curriculares e metodológicas para concretização da educação integral, antirracista e transformadora. “O projeto trata da promoção da igualdade racial. E aqui já trabalhamos com essa temática desde o início da década de 2000. É uma lei, e precisa ser cumprida nas escolas”, explica a vice-diretora.

De acordo com Alcielle dos Santos, diretora de educação do iungo, há a necessidade de trazer para os estudantes outras vivências. Realizações profissionais por pessoas africanas e afrodescendentes, que estão presentes no nosso cotidiano. “Temos que falar dos povos negros não só a partir da escravização. É trazer as contribuições deste povo para a ciência, para a cultura em todas as suas expressões, de todas as formas para o dia a dia dos estudantes nas escolas. Mostrando a relevância do negro africano e de seus descendentes brasileiros ou afro-descendentes ao longo de tantos anos de história brasileira”, afirma.

Escola Anne Frank

A escola Anne Frank, segundo Conceição, está localizada em uma periferia da capital mineira. Em um cenário como esse, fortalecer educadores e alunos na direção de atitudes antirracistas é proporcionar uma convivência saudável dentro e fora desse espaço. “A escola tem esse papel, de trazer as representatividades, de desconstruir esse pensamento racista. Mostrar que o racismo não acabou; expressões racistas ainda são ditas. E para os estudantes brancos, que eles reconheçam seu lugar de privilégio. Assim podemos desconstruir esses pensamentos na nossa sociedade”, diz.

O Instituto iungo publica, todos os meses, conteúdos relacionados à educação para as relações étnico-raciais. Acesse o Instagram e busque pela hashtag #ConscienteOAnoInteiro!

Episódios

Já temos cinco episódios disponíveis para você ouvir pelo Spotify, Deezer, Amazon e nas demais plataformas de áudio. A programação também está no site do iungo. A periodicidade é quinzenal e indicada para todas as idades.

O podcast ‘Vamos falar de escola?’ é uma parceria do Instituto iungo com a rádio Itatiaia, maior grupo de comunicação de Minas Gerais e a rádio mais ouvida do Brasil (Kantar IBOPE Media), para ampliar o alcance da mensagem pela valorização da educação de qualidade e dos profissionais que a transformam todos os dias em sala de aula.

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